sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dicas para quem vai à Argentina

Recentemente estive na Argentina, mais precisamente entre 19 e 25 de setembro. 
Como "marinheira de primeira viagem" na terra de "los hermanos", compartilho algumas dicas e informações que suponho serem úteis àqueles que pretendem conhecer Buenos Aires. Seguem:

Embora o real esteja valendo mais que o dobro do peso (é possível a troca de 1 real por 2,60 pesos), isso não fará com que seu precioso dinheirinho multiplique naquele país; pelo contrário, gasta-se muito, e facilmente. Um refri ("gaseosa"), por exemplo, custa cerca de 14 pesos na maioria dos restaurantes em que comemos. A garrafinha pequena. 

Também na maioria dos restaurantes, os garçons cobram a gorjeta ("propina" ou "servicio") aleatoriamente. Ela não vem discriminada na nota fiscal. Assim, um prato cujo preço no cardápio é de 22 pesos, pode custar uns 30 no final das contas. Portanto, não se deixe enganar pelas "ofertas" dos menus. 

A conta é paga ao próprio garçom, que anda com uma carteira e te dá o troco. 

Por conta das surpresas no pagamento das contas e dos pratos decepcionantes, preferimos comer no shopping (Galería Pacífico). O preço do cardápio é aquele que se paga, há muita variedade e a comida é muito boa. Detalhe, nos restaurantes que vendem carnes "parrilladas" (grelhadas), se quiser talheres de inox, tem que pagar mais 10 pesos por eles (pasmem!!); do contrário, talheres de plástico. A "sorte" é que, na maioria, a carne é macia, macia, cortável com a faquinha resistente.

Se pretende almoçar, jantar e desfrutar dos maravilhosos cafés que há por lá, pode ter certeza de que gastará, no mínimo, 180 pesos por dia (se pretende comer uma boa comida). Aproveitando, arroz lá só como prato (risoto), a maioria das lojas oferecem como guarnição (acompanhamento) patata fritas, purê de batata ou salada.

As medialunas (croissant) são baratas e saborosas. Compramos umas deliciosas no bairro da Recoleta. Tem salgadas e doces, com amêndoas, chocolate... hummmm. Anote o endereço (saiu como dica numa revista de turismo): Calle Montevideo, 1567. É pertinho do Cemitério da Recoleta e do local onde tem uma feirinha fantástica, com artigos diferentes e bonitos, de todos os preços. Só um aviso: no local não há mesas em que se possa sentar e curtir as medialunas. Parece uma minipadaria. Você compra e leva no saquinho.

Se fizer o passeio de trem até o Delta do Nilo, desça na segunda estação. É a única que tem uma vista bonita do Rio de la Plata. Na última, vista bonita só de barco. Você compra o bilhete dentro do trem, mas não achamos o vendedor, nem ninguém nos cobrou. Na volta, tinha cabide e catraca livre/aberta. Minha consciência fez com que perguntasse à atendente se teria que pagar ou se era de graça (por conta do feriado  no dia). Pagamos. Vc só paga uma vez e desce do trem onde quiser, podendo seguir trajeto, tomando o próximo. 

Vá cedo, para desfrutar um pouquinho de cada estação. A San Isidro é bem bonita. Descemos nela para tirar algumas fotos. Na estação final, tem uma feirinha onde encontrei casacos de couro lindos e com preços irresistíveis. Para você ter uma ideia, havia um sobretudo feito de retalhos de couro, em diferentes tons de marrons, por apenas 370 pesos. Uma pechincha!! Pena que meu dinheiro já estava no toco...
:oP


San Isidro

Falando em trem, o que sai do Centro até a estação onde tem o trem turístico para o Delta do Tigre é feio, sujo, velho e cheio de pedintes e pessoas estranhas (mau encaradas mesmo). O turístico já é bem melhor. O metrô é de arrepiar a alma: sujo, feio, sujo, nojento, sujo, encardido, sujo... Deu pra entender, né? Mas é barato: 2,50 pesos, e te leva a vários cantos da cidade. Ponha aquela calça especial e abuse dele (se conseguir!). Os ônibus também são baratos: 1,20 pesos. Você precisa de moedas para andar neles. Não há cobrador. Coloca-se a moeda numa máquina e tem-se a passagem liberada.

Estación de metró Pueyrredón

O ônibus turístico tem paradas esperciais (amarelas) e custam 120 pesos (24 horas). Tem também os que valem por 48 horas, mas, obviamente, são mais caros.

Hotel: Ficamos em um no Centro. Vantagem: pertíssimos de vários pontos turísticos como Obelisco, Teatro Colón, Calle Florida (e não Flórida), Galeria Pacífico, Casa Rosada etc. Desvantagens: as ruas são tão sujas e fétidas quanto as do centro de São Paulo. Além disso, algumas delas, à noite, são bem desertas. Há também muito barulho logo cedo, devido aos ônibus e excesso de veículos nas ruas (há tráfego!).

Se hospedar-se no centro, na Av. Corrientes, a umas duas quadras da Calle Talcahuano, há uma livraria não muito bonita, mas com uma infinidade de livros bons por preços inacreditáveis. Comprei um exemplar ilustrado do "20 mil léguas submarinas" e outros por 4 pesos (versão para adolescentes). Se gosta de livros, passe por lá. Garanto que não se arrependerá!!

Não perca também a oportunidade de visitar a livraria O Ateneo, coisa linda, maravilhosa, estupenda!!! Ela tem filiais. Visite a loja matriz. Ah, que visão linda! Livros, livros e mais livros, divididos tão ordenadamente naquelas prateleiras circulares e em um teatro tipo Municipal de São Paulo. Olha só!! Linda!!!

El Ateneo

Falando em teatro, quando chegar, veja a programação do Teatro Colón. Algumas apresentações são gratuitas! Isso porque, para visitação interna, é cobrada uma taxa de 110 pesos. Valor para estrangeiros; argentinos pagam apenas 30. Sinceramente, achei um desaforo ter que pagar quase 4 vezes mais. Não fui. Por isso, o "ver a programação". Você mata dois coelhos com uma paulada só: assiste ao espetáculo e vê o teatro por dentro. 
Observação: na visitação, a guia fala somente em espanhol, ¿compreendes?

Casa Rosada: vá de dia, para visitação interna (linda!!) e à noite, para tirar uma foto com as luzes acesas. Linda também!



À medida que for lembrando, escrevo. Por enquanto, é isso. Nos outros posts tem mais fotos e informações. 
Boa viagem e aproveite!!